As realidades
Quando saio de casa pela manhã encontro sempre as ruas cheias de gente a pé e de carro. Nas bermas há sempre imensas pequenas bancadas, algumas cadeiras de plástico, protegidas do sol por grandes chapéus de praia. Estas bancadas são locais de venda de comida, mulheres com pequenos fogareiros que cozinham no local. São também locais de venda de cartões recarregáveis da Vodacom, Celtell e outras redes móveis e ainda locais de venda de pipocas.
Mas há mais.
Já vi uma máquina fotocopiadora, ligada não sei onde. Podem tirar-se fotocópias a 15 francos congoleses. Há pessoas que passam com alguidares de metal à cabeça - alguidares cheios de pão - que vão batendo com o cabo da faca no alguidar para avisar as pessoas. Reparei atentamente numa destas vendedoras quando parou para atender um cliente: pousou o alguidar no chão, retirou do meio dos pães um pacote de manteiga, abriu um pão ao meio e barrou as duas metades com manteiga. Também há muitos barbeiros, à sombra de árvores, junto de um muro onde colocam um espelho. O cliente senta-se numa cadeira, enquanto lhe cortam o cabelo ou desfazem a barba.
Quase todas as ruas da cidade são assim, cheias de azáfama, de barulho, e de muito pó e lixo. Há uma excepção: a zona das residências dos embaixadores. Aí passei uma vez, num domingo de tarde. Esta zona fica à beira do rio Congo, de lá avista-se Brazzavile, a capital do outro Congo, e fica tão perto que até se ouvem os sons da outra capital. Nesta zona é seguro andar, não há pó nem lixo, antes jardins com relva, e vê-se gente a fazer jogging, a caminhar, a andar de bicicleta, a passear com os filhos.
De repente pensei que não estava no Congo.
Senti um aperto no coração com este gheto de ricos numa realidade tão pobre!
Fiquei aliviada quando regressei à realidade deste país, e por (ainda!) não viver de olhos tapados.
Quase todas as ruas da cidade são assim, cheias de azáfama, de barulho, e de muito pó e lixo. Há uma excepção: a zona das residências dos embaixadores. Aí passei uma vez, num domingo de tarde. Esta zona fica à beira do rio Congo, de lá avista-se Brazzavile, a capital do outro Congo, e fica tão perto que até se ouvem os sons da outra capital. Nesta zona é seguro andar, não há pó nem lixo, antes jardins com relva, e vê-se gente a fazer jogging, a caminhar, a andar de bicicleta, a passear com os filhos.
De repente pensei que não estava no Congo.
Senti um aperto no coração com este gheto de ricos numa realidade tão pobre!
Fiquei aliviada quando regressei à realidade deste país, e por (ainda!) não viver de olhos tapados.
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