Uma aventura no meio da tormenta

Na semana da Páscoa fui ao aeroporto esperar uma amiga que me veio visitar, o Luís foi comigo, ele conduzia porque eu ainda nao conheço bem estes caminhos. Saímos de Kinshasa por volta das 17H30 e demos boleia a uma Portuguesa que também trabalha nesta missao, ia de férias a Portugal.
Estava uma tarde de sol, nada faria prever que se tornasse num fim de tarde quase de pesadelo. A meio caminho do aeroporto começou a ficar muito vento e muito escuro, a trovejar e a chover imenso que quase não viamos nada à nossa volta. O trânsito ficou caótico, com carros avariados que pertubavam o andamento do trânsito. A nossa sorte foi termos um bom carro, que me dava segurança: um jeep alto e robusto. A chegada ao aeroporto demorou cerca de 1 hora e meia, quando normalmente demora meia hora. Demorámos mais um tanto para conseguir estacionar o carro o mais perto possível da zona das chegadas. Quando o conseguimos parecia que tinhamos estacionado num lago, aos carros ligeiros nao se lhes viam os pneus, tanta era a água.
Através de uma amiga conseguimos saber quando o avião da Air France tinha aterrado, porque com este mau tempo já tinhas as minhas dúvidas se tal seria possível. Na rua reinava o caos, havia uma multidão de gente - 99,9% dos quais eram congoleses - que esperava na zona das saídas dos passageiros, quase todos à espera de conseguir ganhar algum dinheiro a carregar as bagagens e as pessoas que chegavam. Ao fim de mais algum tempo parou de chover, eu saí do carro e fui também para a zona das chegadas. Mas tive de atravessar a zona de estacionamento com água pelos joelhos, e tentando não me enfiar em algum buraco escondido. Quando finalmente consegui chegar à zona das chegadas tive logo um congolês a oferecer-se para carregar as bagagens. Consegui ver a minha amiga, mas com aquela confusão ela rapidamente desapareceu atrás de outra pessoa. Logo de seguida tive outro Congolês que me queria carregar a mim às costas para eu não me molhar.
Foi esta a minha primeira aventura congolesa.